domingo, 25 de maio de 2014

Carros e constrangimentos.

   Ontem acordei diferente, sabia que o dia seria bom, não por todas as coisas que narrarei, mas pela surpresa maravilhosa durante a noite (mas isso deixarei para um texto posterior).
  Levantei, tomei café e estranhamente procurei minhas músicas favoritas no celular e fui para o banho.
Assim, cantarolando:


   Escrevi no blog e em seguida recebo a comunicação aqui em casa: - Vamos sair, feirão e concessionárias. Vamos pesquisar um carro para a família.
   Na verdade eu sempre recebo convites para acompanhar e opinar em alugueis de vestidos para festa, decoração, buffet, enxoval. Confesso a vocês que curto muito tudo isso, fico feliz por saber que minha cia e opinião são importantes. Suspeito que minha sinceridade e exagero contam muito nesse aspecto. Mas, era a primeira vez que iria sair em busca de um carro, que possivelmente, eu disse: possivelmente, iria dirigir! . E como meu pai não estava, eu era a maior interessada nisso tudo, tratei de mostrar todo meu entendimento sobre carros durante essa maratona de orçamentos.
   Entrei no carro com minha mãe, irmão e cunhada e fomos ao primeiro feirão. 
   Já fui logo comunicando ao pessoal: - Gente trouxe minha carteira de motorista!

EU

Meu irmão, minha mãe e minha cunhada:

   
  
     Chegamos ao feirão. Uma moça com sotaque baiano nos atendeu super simpática.
     
    Olhei, observei os carros e não encontrava o que procurava.

    Então perguntei: - Qual o carro mais barato aqui moça?

   Ela nos mostrou vários. Um especial fez meu irmão pirar! não sei que graça ele achou, mas gosto é gosto...

   Imaginei que nenhum daqueles era o mais barato.

  Ela estava sendo muito legal e afirmou que podia fazer o test drive se eu quisesse.

  Vibrei! É CLARO que eu faria, consenti.

   Até minha mãe cortar o meu barato:

   - Você?! Milena você não dirige! se aquiete vá! 

   - Mas mãe eu tenho habilitação!

   - Mas nem pensar!

   A moça então fica curiosa: - Você dirige ou não dirige?

   - Assim, eu tirei a carteira tem uns 5 anos, nunca mais peguei no carro. Dirigir exatamente...não, mas eu ainda posso lembrar!

a Moça:

   - Não, tem uma monte de clausula, se acontecer alguma coisa com o carro, é melhor não!

EU:

   Tudo bem, tudo bem. Regras são regras. Saímos e fomos a Chevrolet 

   Novamente procurei cuidadosamente e nada de encontrar o que procurava. Fui em direção ao vendedor e perguntei:

   - Moço, cadê o Fiat Uno? verde cana, tem?

Meu irmão, minha cunhada:

   Meu irmão, muito fofo:
   
   - CALA A BOCA! aqui não tem fiat uno não minha filha!

   Nem esperou o rapaz responder minha pergunta. Eu hein...

   - Mas o Clio tem?

   - Milena NÃO!

   Não entendi porque tanto estress...

   - Por que você cismou com o Uno hein?

  - Por que tem colorido e vi uma reportagem que ele é muito econômico! ( na verdade eu vi foi no comercial da novela kkk). Mas queria mostrar que entendia da coisa, eficiência era meu nome!



   Saímos e fomos a Fiat. Meu irmão, tão doce, logo me alertou: - Aqui você pode perguntar se Tem Uno!

   Mas não tinha verde! E a diferença para outro maior era pequena. Desfiz meu conceito sobre o Uno. Pesquisar como é bom, entendotudodecarros!

   Agora era vez da Renault. 

   Ainda assim insisti: - Moça tem uno verde?

 Meu irmão, minha cunhada:


  - Minha filha, Fiat só tem na Fiat!

  - Mas essa loja não vende não é? não é como loja de departamento que tem várias marcas?

 - CLARO QUE NÃO!

 - ahhhhhh kkkkk entendi!

   Foi então que meus olhos brilharam, se o carro tivesse olhos ele também retribuiria o olhar. Foi amor a primeira vista! E ainda dizem que não existe. Era castanho, da cor dos meus olhos!



   Perguntei: - Quanto consome de gasolina?
   
   - 11! muito bom! (afirma a atendente)

   Cochicho com meu irmão: - 11 o que? é bom ou ruim?

  - Bom!

  - Acima de 11 é bom? ou abaixo é bom? 11 é o que?

  - 11 tá bom!

 - tá certo, valeu!

  Entrei no carro, ajeitei o banco. Pergunto a minha cunhada: - Lalá como é o nome mesmo do pedal, tem a embreagem, freio e o outro nome que eu esqueci, qual é a palavra mesmo?


   - Sério?! kkkkkkkkkkk

   - É só a palavra que eu esqueci!

  - O acelerador?

  - ÉÉÉÉ!!!, aí o acelerador fica aqui no lado esquerdo né, o freio no meio.

  - Não!! o acelerador fica no direito! Mili ainda bem que você não fez o test drive! QUÁquáQUÁ!

  - Mas de qualquer forma eu seguraria o freio!

  Deixamos minha cunhada em casa e retornamos ao feirão, lá do início, para fazer o orçamento do carro super lindo que meu irmão ficou fã, mas que eu não vi graça nenhuma!

   A moça do sotaque baiano nos atendeu novamente, uma simpatia ela!

  Fizemos o orçamento e então... lá vai a cereja do bolo!

  Homens fazem rodinha e nos cercam! olhei para todos e perguntei:
  
  - Moço o que é isso? pegadinha?

  - Quando alguém compra um carro a gente faz a festa!

  - Mas ninguém comprou carro nenhum!

   De repente a moça volta com o orçamento. Alguém faz um sinal positivo. Muitos flashes. Cornetas e e papeis coloridos voam ao nosso redor. Viramos celebridades!!


 Microfone! câmera! muita gente ao redor!. Entrevistam meu irmão! 
 HAHAHAHAHA NÃO TÔ ACREDITANDO!

Minha Mãe:

                                           

         Meu irmão:

Eu:


   Saimos sem entender muita coisa. Perplexos. 

   No caminho de volta, converso com minha cunhada no cel.

  Ela: Não acredito KKKKKKKKKKKK até você ficou com vergonha?

  - Foi, é isso que estou querendo dizer. Todo mundo se aproximou, um monte de papeis coloridos e cornetas!

   - Mas Mili, até você ficou com vergonha?!

  - Foi... então foi uma coisa surreal! parecia pegadinha!

  - Mas peraí, até você ficou com vergonha?!

   Parei pra pensar na vida. Refleti. Eu havia me tornado a sem vergonha da família!, logo eu a séria e a calada( não caia nessa) de dez anos atrás, agora era a sem vergonha!.

   - SIM até EU fiquei com vergonha!

Chego em casa. Vou para meu quarto, meu irmão conversa ao telefone:

   - Amor, é sério! até Milena ficou constrangida!

   - Amor, sério mesmo! Mili ficou com vergonha!

  Foram chuvas de pápeis, cornetas, flashes. Mas até Milena ficou com vergonha.








segunda-feira, 19 de maio de 2014

Mulherada na Biblioteca

Não sei vocês, mas quando minhas amigas se encontram rola a maior gritaria. Muito assunto. Todas querem falar ao mesmo tempo, aí já viu...
              (nossos amigos homens, irmão,namorado, marido)

Mas quando resolvemos estudar, a coia é séria!


Universidade – 2009. Biblioteca. Foco: Estudo!
A mulherada toda reunida. Cada uma fala na mesma hora, todas muuuito focadas! É muito conhecimento pra compartilhar! 
Nosso ambiente de estudo se torna: uma mesa de bar!

            - Nossa não acredito! HAHAHAHA
            - Eu sabia que era culpa do capitalismo neoliberal! HAHAHAHAHA
     - Mas o que você está falando?! KkKkKKKk  Acorda! Nem começamos o Liberalismo ainda HAHAHAHA
          - Gente é sério! Vamos precisar ler tudo isso pra prova?! HAHAHAHA
          - Com certeza! HAHAHAHA
            Na cabine ao lado...havia muita concentração!
    

         - PSIUUUUUU! CALA A BOCA! ( foi tudo o que ouvimos)

          - Gente, vamos estudar baixo, é sério!
            HAHAHAHAHAHA
            - Vamos ser expulsas! HAHAHAHAHA
            (Nossos debates costumavam ser muito calorosos)
            Continuamos a tarde focadas!.  



            Estávamos super entusiasmadas com a busca do conhecimento. No andar cima, na última cabine da biblioteca. Quase isoladas!
            De repente aparece um rapaz muito bem apessoado!
            O silêncio reinou!
            UAUUU!!

              - Ei, sou funcionário da biblioteca! Lá de baixo as pessoas estão reclamando do barulho, será que dá pra diminuir aí?!!
              OPS!
              - Mas lá de baixo, moço?!
NÃO PODE SER!

            - Nossa! Me desculpe (todas ao mesmo tempo!)
            -Psiuuuu, falem baixo! ( o moço brigou de novo)
            - Ah tá, foi mal!
            Ele sai
            Nós ficamos: sem aguentar!

          Ele sobe novamente. Sério. Muito sério.
          - Será que dá pra pararem de falar, caso contrário vou pedir para vocês saírem!

Ele estava bravo! muito BRAVO!

       - Nossa me desculpe!
       - Vamos fazer silêncio, agora é sério! É que a gente não percebe quando aumenta a voz! [...]
      Ele sai.

       - Jajá é a prova, vamos jantar!Vip, R$ 01,00 misto e café!
       - Simbora! é melhor sairmos com a cabeça erguida! por espontânea vontade! Quá Quá Quá Quá
       
       Ficamos em 3 mesas, são muitas as amigas!
     Todas com sopa. Ninguém com misto.Mas sopa nunca foi meu forte. Nunca!. Prefiro o cachorro-quente.
      Chega o ônibus do interior!

      - Luuuuukiiiiinhaaaaaaaaas. Sente com a gente! (foco na entonação das sílabas)

      - Oiiiiiiiii. Não! (beija nossa cabeça, um lord)

      - Senta com a gente!!!

       - Não, obrigado, vou ficar por ali!
       - Mas sozinho?!
       -  Não, com um brother!
       - Então tá!
Barulho. Barulho. Risadas. Risadas.Risadas. Olhares. Olhares. Censura. Censura
     Fomos para a prova!

    UFAA! Caiu tudo que debatemos! Kkkkkkk Ainda bem, o moço da biblioteca achando que estávamos conversando!
   Viva a sociabilidade!  e a civilidade! Estudar alto?! nunca mais! kkkkk
Milena Macena

Observadores com Classe

Adoro pessoas curiosas, especialmente observadoras.
            Não me refiro a qualquer observador. Mas sim aquele que possui requinte na arte de acompanhar o que ocorre.
            Aquele que parece que tudo passa despercebido, mas na verdade não perde nada.
            Aquele que te deixa à vontade. E não o que fica em análise o tempo todo, não desgruda os olhos dos seus para sugar seus pensamentos. Esse definitivamente não possui delicadeza alguma. E suspeito que cause irritabilidade.
            Escrevo sobre aquela pessoa secreta, que não faz questão de falar em público os apontamentos só para provar-se vaidoso. Mas, aquele com pompa, que durante a conversa ou olhares ocorre sintonia. Ambos sabem o que contemplam e comentam na hora certa, do jeito certo. Para ser observador tem que ter classe, se não vira desconforto.
            Aos observadores classudos, minha admiração.

Milena Macena do Espírito Santo
                  
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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Voando para Curitiba

Mal pude conter minha ansiedade para mais uma viagem, desta vez para Curitiba-Paraná. Preparei cuidadosamente meu roteiro com todos os pontos que pretendia explorar.
            Para mim o melhor da viagem começa nos preparativos, na pesquisa dos lugares, nas vestimentas e enfim, dentro do avião. É que eu tenho certa fascinação por avião. Sempre pretendo comprar a passagem em que o assento seja na janela, é quase um pré-requisito.
            Se já sou moleca, imagina dentro do avião. Quando está prestes a decolar a vontade é de levantar os braços como se faz na montanha russa. Mas não faço, claro. Grito internamente “uhuu”. Não desgrudo da janela até não poder visualizar mais a cidade.
            Lá de cima tudo é tão minúsculo e grandioso ao mesmo tempo. Percebemos que não somos nada na imensidão do universo, e ao mesmo tempo tudo!. Precisa de muita inteligência para construir um “bicho” desse, tão veloz e incrível. Viva a Santos Dumont.
            As nuvens são tão branquinhas e perfeitas, parecem algodões ou grandes icebergs. Tudo é grandioso e imponente. Vejo uma grande faixa de terra com sinuosidades de algum rio. Em seguida avisto o mar, o gigante, percebo um corte horizontal dando margem as praias.
            Próximo a aterrissar, percebo um carrinho solitário numa estrada de terra batida. E de novo “uhuuu!” chegamos! É Deus no comando. Diante de tanta belezura não tem como não pensar que algum ser orquestra tudo isso.
             Eu e minha mãe chegamos por volta das 22h, depois de muita confusão, troca de portões e atraso no aeroporto de Brasília (escala). Curitiba estava gelada, especialmente para nós nordestinas, acostumadas com o calorão.
            No dia seguinte, com 8 graus, estava uma pedra de gelo, mesmo vestida conforme a temperatura. Nunca senti tanto frio em toda a minha vida. Em gramado já passei por 9 graus, mas a sensação térmica da capital paranaense estava de gelar o esqueleto. Minha mãe tratou logo de pegar uma gripe e ainda assim arranjou disposição para realizar os passeios, mesmo em dias de febre. Essa é minha mãe!
            O recepcionista do hotel reconheceu logo meu sotaque nordestino e me senti acolhida pelo funcionário baiano. Conversamos sobre a nossa região e logo juntamos mais gente para “tricotar” no hotel.
            Uma funcionária curitibana, muito solícita e cordial nos deu ótimas dicas de passeios e nos indicou o ônibus para que pudéssemos chegar ao nosso destino escolhido. Na praça, de longe, vejo o ônibus parar no terminal em tubos, corro e comento com a moça na catraca do terminal: - Que pena, não acredito que perdi o ônibus!. Ela olhou para mim de forma esquisita e disse que não iria demorar a passar outro (conversa fiada, pensei). Em menos de 3 minutos...olha o busú!. Percebi que fazem fila para entrar.
            Outro dia estava no parque e avistei o ônibus passar do outro lado da avenida, corri, quando percebi que não adiantava recuei. Um homem me abordou:
            - Moça, está tudo bem com você? Aconteceu alguma coisa?
            - Sim...[?]
            - É que eu vi você correndo, achei que tivesse acontecido alguma coisa.
            - Não! É que eu queria pegar o ônibus!
            Ele olha pra mim com um olhar de interrogação e eu retribuo com o mesmo. Depois é que percebi que na cidade ninguém precisa correr para pegar o ônibus. Exceto a “jardineira”, ônibus turístico que passa a cada 30 minutos. Os outros em 3 minutos você embarca.
            Tenho que reconhecer, o sistema de transporte curitibano é realmente muito bom. Possui acessibilidade: rampas, sistema áudio visual. Por “falar” nisso, não é permitido ouvir música no ônibus, somente com fones de ouvido, justamente para não atrapalhar o sistema áudio visual.
            Na rua das flores, comércio, observei um rapaz de terno, óculos escuros, caminhando muito rápido com sua bengala através do piso tátil. Pensei: isso que é independência!
            Por outro lado, a cidade é repleta de pichações, nem os monumentos históricos escapam. Os rabiscos estão em todos os lugares, até nos prédios mais altos.
            Curitiba é uma cidade extremamente arborizada e cheia de parques, mas poucos são os restaurantes nos pontos turísticos. Comida mesmo só em Santa Felicidade, um bairro italiano muito aconchegante.
            Me deparei com o jardim botânico sem cor, estava lindo, mas menos maravilhoso sem as flores, que segundo um funcionário retiraram para plantar apenas amarelas para a copa, não deu tempo de ver florescer. A preparação para a copa barrou nossa entrada em alguns lugares. Primeiro: Opera de Arame, que já estava em manutenção há algum tempo, mas justo no dia em que fomos: gritaria, policiais, barulhos de bombas etc. Estavam em simulação para a copa, ficamos ainda mais restritas. Segundo: parque Tanguá, que apesar de ser aberto havia uma cascata em reforma, assim como a ponte também. Exatamente, cismei que queria chegar do outro lado (lá embaixo do parque), desci uma tremenda ladeira. Nenhum pé de gente, deserto. Mas minha vontade era grande que nem a ponte interditada me barrou, fui pelo riacho mesmo. Por que pelo túnel não foi possível também.
            O clima frio deve influenciar muito as pessoas, porque muitas delas não gostavam de transmitir informações, sorriem menos e falam menos. Se você não se policiar também passa a sorrir e conversar cada vez menos. No primeiro dia que fui pegar a jardineira, abaixo do hotel tem uma lanchonete super famosa, era cedo, antes das 9h, vi uma moça na porta trabalhando e perguntei:
            - Bom dia! Moça você sabe informar se esse ponto aqui na frente passa o ônibus jardineira?
            Silêncio. Silêncio. Silêncio
            Olhar bravo
            - Moça, você sabe me dizer se por aqui passa o ônibus jardineira?
            Silêncio. Será que ela é surda? (juro, pensei), vou tentar a língua de sinais. Então ela responde: - Sei não, e vira o rosto.
            Oh céus! Mas o que eu fiz?
            Nas lojas, o tratamento não é muito caloroso também não, exceto nas barraquinhas de artesanato. Especialmente na Feira do Largo da Ordem, ótimas barracas e pessoas super legais e descoladas. Artesanato de primeira!. Super recomendo. Quem passar por Curitiba não pode perder, funciona aos domingos.
            Ótimo também é o passeio de Trem “Serra do Mar”, incrível!! Os irmãos Rebouças construíram todo o projeto ferroviário. Os irmãos Rebouças foram escravos recém libertos na época da princesa Isabel, que segundo a guia, era amiga dos Rebouças. Foram contra todas as opiniões de vários engenheiros do Brasil e de outros países também, e naquela época, com a precária tecnologia que tinham, realizaram esse imponente projeto. No início do passeio é até um pouco entediante, até passar pelo primeiro túnel e...tharan! escuridão!, depois começam as paisagens deslumbrantes, de tirar o fôlego. Vale a pena.
            O trem chega a Cidade de Morretes, que é uma graça, charmosa e acolhedora. Tem o prato típico “barreado”, uma espécie de lombo desfiado com molho, farinha e banana. Depois de Morretes, passamos por Antonina, uma cidade história, que nas portas de todas as casas existe um azulejo com um pequeno trecho de alguma música. Então um determinado dia, músicos vão de casa em casa cantar a música que está escrita nos azulejos. Uma graça! Fazem isso até hoje! E toda a cidade é preservada.
            Curitiba é uma cidade que encanta por seus parques e árvores. Além do seu sistema de transporte. E Emprego, tem muito, vagas para vendedores de lojas, recepcionistas em restaurantes, sempre tem uma plaquinha. Percebi a cidade com muitos senhores, e jovens vindos de fora. Não sei se foram os lugares que circulei que coincidiu, mas essa foi minha impressão. Quase concluí meu roteirinho, restando apenas conhecer o bairro batel.
 Milena Macena






            

terça-feira, 6 de maio de 2014

Amor Platônico

Para mim não resta dúvida, um dos piores tipos de amor é o platônico. Não pela falta de reciprocidade, mas pelas expectativas e ilusões que são depositadas.
         Talvez esse amor nem seja tão grandioso assim. Mas nunca aconteceu, e como sua imaginação é fértil só consegue admirar o ser amado. Então permanece aquele profundo encantamento durante um longo período até você fingir que se cansou, mas no fundo ele está bem vivo dentro de você.
         Isso atrapalha toda a sua vida e seus relacionamentos, porque esse sentimento não foi desfeito, já que a relação nunca existiu, o impede de está completamente livre para outra pessoa. Na verdade, você acaba deturpando a imagem da pessoa admirada aos seus interesses. Nada foi vivenciado, não tem como saber se seria tão maravilhoso assim. Talvez vocês nem construíssem uma relação sólida, provavelmente a amizade seria bem melhor que um namoro. Ela/Ele como amiga(o) é muito legal, mas você não sabe se assim seria como namorada(o).
         E esse “se” é o que mais atrapalha, fala a verdade, amigo(a) leitor...
         Esse “e se” é uma pedra no sapato.
         E se eu ligasse para ela?
         E se a chamasse para sair?
         E se ela ainda estivesse aqui?
       “E se” não leva a nada, vai por mim. Ou você liga ou não liga, mas nada de ficar remoendo o que talvez nunca fosse acontecer. Ou você tenta e arrisca, ou se conforma. E se conformar não é nada fácil, imagino, mas o que se pode fazer? Se não foi, não era pra ser, não vale a pena se maltratar ou insistir em alguém que não gosta de você, ou não está mais aqui para poder compartilhar os momentos difíceis e prazerosos.

         A vida segue, e você deve seguir com ela. Nada de estacionar, para frente é que se anda. Guarde boas lembranças dos acontecimentos. Mas se não houve, arrisque ou se conforme, não corra atrás de alguém que não te valorize.
Milena Macena do Espírito Santo
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domingo, 4 de maio de 2014

Intimidade

Se o silêncio entre duas pessoas permanece sem constrangimento: isso é um excelente sinal de intimidade, ou um péssimo aviso de indiferença, chateação ou tédio (mas isso você certamente observará imediatamente).
         Quando vocês se juntam, as conversas se tornam constantes e prazerosas, as besteiras ditas por ambos são absolutamente naturais, sem formalidades: há uma grande chance de vocês serem íntimos.
         Sente-se a vontade para falar qualquer coisa, não resta dúvida: é intimidade (ou espontaneidade excessiva kkk).
         Intimidade é sentir-se a vontade. Sem protocolos ou timidez. E nem sempre isso é fácil, porque é cumplicidade, é confiança.
         A intimidade ocasionada pela convivência geralmente fortalece uma relação ou acaba de vez com ela. Se já é complicado depararmos com os nossos próprios defeitos, imagine com o próximo. Convivência não é nada fácil, não mesmo. Exige paciência e respeito.
         Mas a cumplicidade sem dúvida é uma virtude. É confiança, companheirismo, apoio e bobagens, sim, muitas bobagens, um monte de besteirol. E tem coisa melhor?
         Ficar sempre na defensiva é muito chato, bom mesmo é falar o que pensa, perguntar o que quer, afinal não é qualquer pessoa que está ao seu lado, é um cúmplice, um amigo, companheiro, ou amor. Muitas vezes, você supera tudo, todos os problemas por conta da intimidade da relação. É difícil e não se encontra toda hora.
         Tem gente que é como se fosse um lar pra gente, e nesses casos vale muito a pena à relação (qualquer tipo de relação), por que é paz, carinho e aconchego. Segurança também, de todas as partes. Você sabe que pode contar, existe reciprocidade. A convivência é tão boa que vale se esforçar para superar todos os problemas.
         Mas quando a confiança é pouca, tudo é insegurança ou irritação. A intimidade deve ser conquistada, por que é convivência e sinceridade. Nada vale mais que a sua paz, né verdade, amigo(a) leitor?
         Não bastam palavras, são necessárias atitudes. E tudo, absolutamente tudo é uma conquista. A conquista da confiança é a mesma da intimidade, da cumplicidade, e da segurança. Não é a toa que você sente-se mais a vontade com um determinado grupo de amigos que outro,  com uma parte da família que outra, porque ali foi trabalhada e conquistada a intimidade. E a consequência de tudo é a suavidade e leveza nos relacionamentos.
Milena Macena do Espírito Santo


 
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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Brasil: um país de paliativos

Bolsa família, cotas sociais, são apenas alguns exemplos de paliativos que o governo se utiliza para tapar um buraco que se estende por muitos e muitos anos.
            Há décadas atrás, as escolas públicas eram sinônimo de excelência, por elas passaram e formaram-se professores brilhantes, jornalistas competentes, assistentes sociais comprometidas, médicos, advogados, engenheiros. Atualmente esse quadro mudou drasticamente, escolas públicas estão em estado de calamidade, só passam por elas realmente quem não obtém dinheiro suficiente para matricular seus filhos em escolas particulares. Dessa forma, criaram-se diversos programas afim de equiparar: o sucateamento das escolas, a situação miserável de uma grande parcela da população, e a entrada nas universidades desses alunos, em situação extremamente diferenciadas dos seus futuros colegas universitários que tiveram a chance de estudar e fazer cursinho em grandes escolas privadas, referência em educação.
            Em relação aos futuros profissionais que irão formar, acredito que os alunos advindos das cotas sociais nada sofrerão em relação ao seu desenvolvimento universitário enquanto aprendiz. Visto que todo o arsenal para futura profissão será apreendido no decorrer do curso, e muitas vezes, certas profissões nem se quer se utiliza de grande parte do que estudamos na escola. Não resta dúvida que todos têm igual capacidade de aprender e se desenvolver (exceto em casos especiais).
            No tocante, o fato mais preocupante é a permanência desses estudantes na universidade, de modo que algumas graduações necessitam de aparelhagem e materiais de grande custo, que dificilmente os alunos provenientes das cotas sociais poderão arcar. Dessa forma, acabam por abandonar seu curso. Logo, se faz extremamente necessário investimento urgente nas escolas públicas e soluções para permanência desses alunos.
            O mesmo ocorre com as cotas para deficientes. Entram na universidade e elas não estão aptas para recebê-los. Cadeirantes, cegos, encontram enorme dificuldade de locomoção devido à arquitetura e engenharia das instituições. Assim também, os deficientes auditivos, falta monitores especializados em LIBRAS, etc, etc e etc.
            Mas, o que mais incomoda, é que muitas vezes determinados programas não questionam seu público-alvo. Afinal, são eles que irão vivenciar e sofrer as consequências. Não sou eu, nem você, que estudamos em escolas particulares e não possuímos deficiência física que devem apresentar contribuições a respeito da problemática. E sim, os próprios estudantes e pessoas com deficiência que devem ser questionados, eles que irão vivenciar, para eles que devem perguntar e convidar para a elaboração de tais programas.
            No que se refere à bolsa família, que a meu ver é mais uma forma de reeleição que de preocupação com a população brasileira marginalizada. Embora considere de uma politicagem absurda, sei que para quem vive na miséria absoluta é de enorme importância para sobrevivência, já que as desigualdades sociais são absurdas. Não falta só emprego e educação, falta tudo.

            Sempre questiono até quando iremos tapar buracos para que finalmente invistam de verdade no problema. O Brasil sem dúvida alguma seria uma grande potência se não houvesse corrupção, mas isso não é novidade para ninguém. Ficaremos até quando a esperar soluções que nunca chegam?
Milena Macena do Espírito Santo

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