segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Universidade

     Quando somos aprovados na universidade, vislumbramos uma alegria tão pura e comovente, fruto de tantos anos de estudo e dedicação que pensamos ser esse o grande começo do nosso futuro profissional. Calma, caro leitor, não seja precipitado,  não estou dizendo que não seja. Dissertarei mais sobre isso.
   Na escola, no cursinho, sempre ouvia o seguinte comentário "Você conhecerá o mundo ao entrar na universidade". Confesso que sempre achei exagerado e desconfio que me julgavam muito boba e ingênua. Hoje, após ter sido graduada e ter conhecido o tal mundo, acho a expressão extremamente pertinente. Não há melhor maneira de se referir a uma instituição de ensino que engloba tantas pessoas com "jeitos", "sotaques", "estilos" tão diversificados em um só ambiente para conviver.
    Talvez existisse realmente um pouco de ingenuidade da minha parte, mas frequentemente questiono se tem como alguém simplesmente passar por essa experiência sem ter se transformado e se encantado. Lembro o primeiro dia de aula como estava perdida procurando a didática e a sala, era tudo tão novo, mágico e "dificultoso". 
    Lembro do meu encantamento ao conviver com tantos "grupos" diferentes e me sentir tão lisonjeada por está rodeada por eles. Sim, ainda temos essa "mania" em fazer referência usando rótulos, então...concordando ou não, vamos lá: conheci o grupo dos "revolucionários", aprendi a ter uma postura mais crítica e ser mais ativa; o grupo dos festeiros, sempre me divertia com a alegria e as histórias deles(as); meus amigos homo-afetivos que sempre me faziam rir e pensar o por que a sociedade era contra eles; meus amigos que usavam drogas e bebiam horrores, percebi o quanto o ser humano pode ser sensível e fazer mal a si próprio, sem muitas vezes se dar conta; as minhas professoras delicadas, críticas, maravilhosas, mas também aquelas... você sabe.
   Então fui conhecendo o mundo como um todo: as pessoas que habitavam, o que elas faziam e a que dedicavam seu tempo; as diversas culturas e valores; a hierarquia, a inveja e a hipocrisia. Esta última a que mais me chocou e a que mais me faz temer. Nunca imaginei que me surpreenderia tanto! Foi então que esse mundo até então mágico e divertido entrou em crise. Pensei em trancar o curso, mudar!.
   Mas observando com calma, em todo lugar existe, até nos conselhos que dou.. kkkkk. Ainda assim não me aquietei, não é por que existe em todo lugar (inclusive em meus conselhos kkk) que vou me conformar, apesar de ter aprendido isso (não me conformar) com pessoas das quais a postura muito diferenciava da oratória. Enfrentei. Não, não pense que irão te defender, por mais que gostem de você e sejam carinhosas, elas também têm medo, principalmente da tal hierarquia.
   É o momento em que você precisa aprender a se defender sozinha, questionar tudo! Foram ocasiões em que mais aprendi sobre comportamento humano, sobre o "ser social".
  Ainda assim, essa experiência foi fabulosa, repleta de altos e baixos.
  Passei 05 anos da minha vida numa universidade pública, que necessita urgente de um tratamento, onde a inclusão continua distante de ser realmente inclusiva (mas já houve melhoras, reconheço), onde os cursos audio-visual, odonto e tantos outros, necessitam de materiais para exercer a aprendizagem, mas da qual não trocaria por nenhuma outra, pois são através dos questionamentos e ações que mudaremos uma determinada realidade (Vem pra rua, vem! kkk).
  Os entraves foram muitos, mas a vantagem de conhecer amigas (os) tão maravilhosas(os) e tão diferentes de mim, me proporcionou um amadurecimento incrível (apesar de nem sempre parecer kkkkkk). Rompi preconceitos, abrir a mente. Sem dúvida, toda essa bagagem foi indispensável para o meu crescimento, independente de eu ser ou não apaixonada pelo meu curso, de seguir ou não minha profissão.
  Nao...nosso futuro profissional não está garantido depois que nos formamos, é só o começo, mas encontraremos nosso caminho!











Milena Macena do Espírito Santo.
   

   

domingo, 29 de setembro de 2013

Para Minha Amiga!


     Essa semana a irmã de uma grande amiga de infância veio a óbito em um terrível acidente de moto. Imaginei a dor imensurável e profunda que ela estava sentindo. Por coincidência, no dia seguinte abro meu livro da fabulosa Marta Medeiros "A Graça da Coisa" e me deparo com a crônica  "Apegos".
    Estava mexida com o acontecimento, e me questionando qual a melhor maneira de agir nesse momento de tanto sofrimento. Não sabia quais palavras usaria quando encontrasse minha grande amiga e se a encontrasse, pois estava com febre e bastante gripada. Não encontrei palavras certas. Ao menos um: Aguente firme, Tudo passa!
   Queria fazer mais por ela, mas nada podia fazer, não posso tirar a dor dela. Então caro leitor, pensei o quanto a palavra "desapego" é utilizada nas redes sociais, quando as pessoas se referem a relacionamentos amorosos, no entanto, esse desapego foi pensado por mim para tentar não absorver a dor da minha amiga, talvez desse modo pudesse ajudá-la mais. Na crônica da Marta Medeiros ela coloca o apego da seguinte forma: " Dizem alguns filósofos: o apego é a causa de todas as nossas dores emocionais. Concordo, mas faço ressalvas. O apego também provoca inúmeras alegrias e satisfações. Não faz sentido evitar filhos, paixões e amizades a fim de se proteger de tristezas, preocupações e frustrações. Passar uma vida inteira desapegada das pessoas seria entregar-se ao vazio existencial - e nunca ouvi dizer que isso gerasse bem-estar. Desapegar-se em troca de paz é uma falácia, só demonstra covardia de viver", fabuloso!
   Então percebi que isso apenas demonstra o fato de estarmos vivas, vamos nos apegar e sofrer juntas, faz parte!


Escrever


Queria estudar, estudei.

Queria me formar, me formei.

Inquietei-me, não me encontrei no que fiz e diante de uma súbita vontade de escrever, escrevi.

Até que descobri que o que me faz mais feliz é escrever.

Talvez não seja boa no enredo, mas o que sinto quando escrevo não me faz sentir medo.


Milena Macena do Espírito Santo